Nas últimas décadas, com o avanço científico, em particular da indústria farmacêutica, houve uma substituição de muitas práticas tradicionais pela utilização de medicamentos sintéticos.  Com isso, a transmissão de muitos saberes populares, que geralmente ocorria dentro das famílias, foi se perdendo.

 

Mais recentemente, nossa sociedade tem vivido uma série de mudanças culturais e há uma tendencia ao retorno de práticas e modos de vida mais naturais, que incluem a fitoterapia. Existe muita facilidade em se encontrar no mercado uma infinidade de plantas medicinais e seus produtos, ao mesmo tempo em que existe grande apelo para os efeitos 'milagrosos' de muitos deles. Isto, aliado à crença de que "se é natural, não faz mal", leva muitas pessoas a usa-los indiscriminadamente.  

 

Acontece que  ao contrário de nossos antepassados que utilizavam  largamente a fitoterapia,  a maior parte das pessoas que volta a utiliza-las hoje em dia, além de não possuir o conhecimento tradicional, nem tampouco científico, depara-se com uma quantidade imensa de informações, muitas vezes, desencontradas e até mesmo contraditórias, facilitada pela tecnologia dos meios de comunicação.  

 

A ciência moderna vem comprovando a eficácia de muitos princípios ativos presentes nessas plantas,  porém também vem demonstrando a possibilidade de interações medicamentosas e efeitos tóxicos de muitas delas.  

 

O que é preocupante é que,  não vivemos como nossos antepassados, que levavam uma vida mais natural.  Temos hábitos sedentários, vivemos sob estresse contínuo. utilizamos alimentos altamente processados, consumimos as mais diversas medicações, inalamos gases tóxicos nas grandes cidades, enfim, estamos expostos a uma grande quantidade de produtos químicos de origem endógena e exógena, que podem, potencialmente interagir com as substancias presentes nas plantas medicinais, principalmente se não forem utilizadas corretamente. 

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Acreditamos, portanto,  que é necessário que as pessoas conheçam  as plantas medicinais, retomem os saberes populares, tendo agora o embasamento científico, que pode lhes trazer segurança para extrair o que essas plantas tem de melhor sem os riscos de uma utilização incorreta,  que anule seus efeitos, que provoque toxicidade, ou, ainda, que interfira nos efeitos de outros medicamentos.